terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A batalha dos enamorados!


Ela sentia um prazer malvado em desdenhar. Olhava-me de cima a baixo, com olhos de galhofa, expressando o ridículo que eu era ao lhe querer tão vagabundamente. “Quem você pensa que eu sou?”, dizia depois de uns instantes de esmorecimento dos meus desejos. (Como são inutilmente prazerosas essas pequenas batalhas entre os enamorados!). Com pouco, após um ou dois minutos de cantar da cigarra, o diálogo iniciava-se entre os olhos, todos os quatro entendidos do jogo em que atuávamos.

Ela pegou-me a mão, pôs em seu joelho, e beijou-me. Ao avançar da mão, ela conteve-me. “Canalha”, gritou ainda beijando, sorrindo pelo prazer de negar o que ambos queríamos. “É a última vez que uso saia”.
Definitivamente, não foi a última vez...

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