Poucas situações na vida são mais angustiantes do que viver um amor não correspondido. No entanto, pouquíssimas são as pessoas que nunca experimentaram algo semelhante. Ou seja, amar e não ser amado é, em última instância, uma dor comum, embora bastante pessoal.
E por que será que ainda assim, sendo tão recorrente e fazendo parte da história de bilhões de seres humanos, continua sendo tão difícil lidar com o fato de que o outro não está a fim de continuar ou sequer de começar um relacionamento com a gente?
O fato é que aprender a lidar com a frustração da não correspondência de qualquer sentimento, especialmente dos mais intensos e profundos, é uma das mais duras e importantes lições de todos nós!
A começar pela capacidade de compreender que a razão de o outro não gostar de você da mesma forma que você gosta dele não tem a ver com quem você é exatamente. Ou seja, você certamente é alguém com qualidades suficientes para ser amado, entretanto, isso não é garantia para que a química de um encontro dê certo.
Quando falamos de amor, desejo e vontade, temos de considerar que sempre existe mais de uma parte envolvida. É a máxima do dito popular que avisa que “quando um não quer, dois não brigam” ou não se amam, como é o nosso caso. Mas os motivos pelos quais uma pessoa não corresponde o seu amor estão longe de ser passíveis de explicação lógica.
Amamos e não amamos por motivos inefáveis, que não estão ao alcance das palavras ou da inteligência racional. Talvez isso explique por que, algumas vezes, amamos aquela pessoa não aprovadas pela maioria de nossos amigos e familiares. Ou por que, noutras vezes, não conseguimos amar aquela que todos dizem ser a ideal para nós, a perfeita.
Esta é a prova de que ficar se consumindo na tentativa de compreender, logicamente, por que o outro não está correspondendo nosso amor é inútil, ineficiente e só nos faz doer mais ainda. Esta é a prova, sobretudo, de que não ser amado por determinada pessoa não é um veredito, não é uma sentença, não é o fim.
Talvez, muito pelo contrário, seja apenas o começo. Seja a nossa grande chance de descobrir uma alternativa melhor. Sim, porque não prevemos o futuro. Não sabemos o que virá. E por isso mesmo deveríamos confiar um pouco mais no fluxo do Universo.
Certamente já aconteceu com você de considerar um acontecimento péssimo, desastroso e, depois de alguns dias ou meses, ter se dado conta de que algo muito lindo, maravilhoso e imperdível só aconteceu porque havia o espaço deixado pelo que havia considerado um “desastre”.
Enfim, não ser correspondido hoje é ruim, eu sei. Dói. E por isso mesmo, sugiro que você chore, esperneie, desabafe e faça o que for possível, dentro das opções saudáveis, de preferência, para esgotar sua frustração e se sentir melhor. Porém, não se destrua, não se acabe e não tome as circunstâncias como determinantes de sua infelicidade.
Permita-se viver um dia de cada vez, apostando que cada noite que chega significa que você está mais distante da tristeza e mais perto de uma nova alegria. Permita-se acreditar que o sol voltará a brilhar em seu coração mais cedo do que você imagina... E siga o fluxo da existência.
E assim, certo de que ser correspondido é tão possível quanto não ser, e que essa é uma verdade que vale para todas as pessoas deste planeta – até mesmo para aquelas consideradas as mais lindas e sensuais – levante-se, lave esse rosto, vista-se como se fosse celebrar e faça um brinde a si mesmo, ao amor e ao melhor que está por vir!
sábado, 16 de outubro de 2010
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