quarta-feira, 3 de março de 2010

Quem eu sou?


Eu sou o que você vê?
Ou sou principalmente o que você não vê?

Sou o que eu falo, o que eu sinto?
Ou sou o que sinto, mas não falo?

Sou névoa que encobre seu destino
Ou sou Luz em seu caminho?

Não!

Não sou nada que se saiba.
Sou mistério até p`ra mim.
Sou buracos pelos muros
Às vezes torre de marfim.

Sou inércia em meio ao caos.
Coerência em demasia.
Sou polaridades tal o Tao
Sou certeza de magia.

Nada certo.
Nem perfeito.
Apenas um coração dentro do peito
Uma grande intenção e um sonho sem defeito.

Mas o que eu quero (quero mesmo)
Dentro desse seu coração
É muito pouco, é tão somente
Não ser passagem, assim a esmo
Mas ser sempre a emoção.

E que eu seja, veja bem
Algo muito precioso.
Muito mais que um tesouro.
Não rubis ou diamantes
Não platina, prata ou ouro
Que são belos e brilhantes.

Pois eu não sou, e você sabe
Das minhas sedas retalhadas
Dos meus cristais estilhaçados
Da vida paralisada
Dos sonhos envenenados.

Eu quero ser, preste atenção
Algo que não precise encantar
Por sua forma ou sua cor.

Ser somente a sensação
Que se tem ao respirar
Ou a sede mitigada sem sabor.

Algo comum, invisível, transparente
Vital, imprescindível, essencial.
Que eu lhe seja, então, incontinente
Água límpida, puro ar, simples sal.

Autora: Dry@de.

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