Eu tenho uma amiga cuja cabeça é bem parecida com a minha. Temos gostos similares. Quase sempre concordamos sobre filmes e livros. De um tempo para cá, no entanto, não vem sendo assim. Outro dia ela se declarou apaixonada por um livro que eu achei histérico e mal escrito. E eu adorei um filme que ela achou nada menos que desprezível. Quem é que está certa e quem é que está errada? Nem uma, nem outra. O que acontece é que estamos vivendo dois momentos muito diferentes na vida, e cada uma está festejando os endossos que está encontrando pelo caminho. Sim, endosso. Quando entramos em contato com uma música, um filme, um livro, ficamos disponíveis para ser surpreendidos, para receber informações e emoções inesperadas. Mas nada nos dá maior satisfação do que nos identificarmos com o que o autor quis dizer. Aquele trecho do livro que tem tudo a ver com o que a gente sente, mas que não conseguíamos traduzir em palavras. Ou aquela música que parece que foi escrita exatamente para nós. Ou o filme que fecha com nossa visão de mundo, impressionante, parece até que o roteirista nos conhece. Endossos. É aliviante saber que não somos os únicos malucos da face da terra, que existem pessoas que não só compartilham as mesmas idéias como as tornam públicas, nos avalizando. Esta é a razão pela qual um filme pode ser tão tocante para alguém e tão insignificante para outro. Ou um livro parecer charlatanice para um crítico enquanto o povo não pára de comprá-lo e idolatrá-lo. Dê uma espiada nas listas de best-sellers. Nem sempre a qualidade literária impera, mas que aqueles livros refletem as ânsias de grande parte da população, não há nenhuma dúvida. Ninguém consegue ser autoconfiante o tempo todo, portanto é uma festa quando percebemos que não estamos sós.
sábado, 12 de julho de 2008
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